domingo, 1 de novembro de 2009
Pensando no outro a partir de si mesmo
Como seria pensar as relações entre os seres humanos a partir de gênero? Qual a posição que homens e mulheres ocupam na história social da humanidade? Teria a mulher um papel secundário na sociedade como ressaltou Simone de Beauvoir? É possível precisar desde quando o processo de dominação masculina está instaurado no mundo? – como destacou Pierre Bourdieu–.
“Sejam mulheres, permaneçam mulheres, tornem-se mulheres” O que significaria isso? Ser mulher estaria associado ao sexo? Permanecer mulher ou tornar-se uma poderia ser relacionado aos trejeitos femininos adotados por nós? O quanto esses gestos e posturas são realmente nossos ou inculcados pela outro sexo? – o masculino. Para Bourdieu está na lógica masculina impor e inculcar nas mulheres virtudes e traços que tornem-se favoráveis ao exercício da dominação masculina, e neste sentido nos remete a pensar no uso de saias – limitando o sentar mais confortável, saltos altos – que naturalmente impõe equilíbrio e impede-nos acompanhar os passos rápidos masculinos, bolsas – mantém as mãos ocupadas e controla os gestos.
“Se a função de fêmea não basta para definir a mulher, se nos recusamos também a explicá-la como ‘eterno feminino’ e se, no entanto, admitimos, ainda que provisoriamente, que há mulheres na Terra, teremos que formular a pergunta: o que é ser mulher?” (Beauvoir) E complemento, o que é ser homem na sociedade atual? Como pensar essas relações e seus papéis a partir da história da sociedade e como ela foi construída em diversas outras culturas, tão distintas.
Seria verdade que um ser em si é incompleto e ele só seria total junto com o outro? O filósofo grego Aristóteles dizia que “A fêmea é fêmea em virtude de certa carência de qualidades. Devemos considerar o caráter das mulheres como sofrendo de certa deficiência natural”. Sendo assim a mulher seria o tal ser incompleto e o homem o ser total, que existem em sí mesmo?
“O homem é pensável sem a mulher. Ela não, sem o homem. Ela não é senão o que o homem decide que seja; daí dizer-se o ‘sexo’ para dizer que ela se apresenta diante do macho como um ser sexuado: para ele, a fêmea é sexo, logo ela o é absolutamente. A mulher determina-se e diferencia-se em relação ao homem, e não este em relação a ela; a fêmea é o inessencial perante o essencial. O homem é o Sujeito, o Absoluto; ela é o Outro.” (Beauvoir)
A partir destes questionamentos quero propor a todos @s leitores pensar no outro ser a partir de si mesmo e também pensar a si mesmo a partir do contato com o outro ser, ou com outra cultura.
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